23 AGOSTO 2017

A ALGAR, Concessionária da EGF para a região do Algarve, é parceira da DOCAPESCA Portos e Lotas, S.A. no curso o projeto A Pesca por um mar sem lixo, cujo objetivo é combater uma das principais ameaças à preservação dos recursos e ecossistemas marinhos – o lixo marinho.

 

Este projeto vem unir pescadores e portos na melhoria das condições ambientais da nossa zona costeira. A Algar é parceira da iniciativa na região no Algarve, através da disponibilização de contentores de 120L ao Núcleo Piscatório da ilha da Culatra, para a deposição dos resíduos recicláveis recolhidos no mar pelos pescadores (copos e sacos de plástico, pacotes de bebidas, latas e esferovite). Estes resíduos, recolhidos no mar ou produzidos nas embarcações são encaminhados para terra pelos pescadores, que os colocam nos contentores da Algar. A Fagar encarrega-se depois de fazer o transporte separadamente de todos os resíduos (recicláveis e não recicláveis) da ilha da Culatra para as instalações da Algar, onde recebem o tratamento adequado.

 

A iniciativa está integrada num dos compromissos voluntários de Portugal, assumido pelo Ministério do Mar, no âmbito do Desenvolvimento Sustentável 14-Oceanos, que tem como propósito:

  • Melhorar a gestão de Resíduos a bordo das embarcações de pesca;
  • Sensibilizar e apoiar os pescadores na adoção de boas práticas ambientais da zona costeira portuguesa;
  • Preservar os ecossistemas marinhos;
  • Promover a recolha dos resíduos gerados a bordo e capturados nas artes de pesca e disponibilizar infraestruturas adequadas para a sua receção.

 

Para além da DOCAPESCA, da Algar e da Fagar, os restantes intervenientes neste processo são a Associação Moradores da Culatra, a Associação Portuguesa de Lixo Marinho e a Câmara Municipal de Faro.

 

O projeto arrancou na Culatra, no dia 21 de agosto, com 102 aderentes (embarcações, viveiristas e mariscadores), um resultado substancialmente superior ao alcançado em Peniche, local onde foi lançado o projeto piloto desta iniciativa e que conta atualmente com 66 aderentes. A DOCAPESCA pretende fazer monitorização trimestral junto dos pescadores para acompanhar a evolução e o grau de aderência à iniciativa. A iniciativa contou com a presença da Ministra do Mar Ana Paula Vitorino, o Secretário Estado das Pescas José Apolinário, Miguel Lisboa Presidente da Algar, Teresa Coelho Presidente da DOCAPESCA, Rogério Bacalhau Presidente da Câmara Municipal de Faro, Silvia Padinha Presidente da Associação de Moradores da Culatra e Sofia Quarema representante da Associação Portuguesa do Lixo Marinho, entre outras entidades locais.

Todos os anos milhões de toneladas de lixo chegam aos oceanos. A atividade piscatória é muito afetada devido a danos nas artes de pesca e embarcações e à redução das capturas decorrentes da pesca-fantasma, em que as redes e armadilhas perdidas ou abandonadas levam ao contínuo aprisionamento e morte de peixes e outras espécies marinhas.

 

O lixo marinho é um problema social no qual as decisões e os comportamentos individuais e dos diferentes setores desempenham um papel crucial para a sua resolução. Este projeto vem atuar a dois níveis: na prevenção da entrada de lixo no meio marinho e na remoção do lixo marinho dos Oceanos. A colaboração entre pescadores, respetivas embarcações e portos de pesca é importante para uma maior sensibilização ao nível das comunidades costeiras, piscatórias e promoção da corresponsabilização de todos aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente neste problema.

 

Sabia que o lixo marinho…

  • pode matar ou ferir animais marinhos?
  • pode afetar a saúde humana?
  • prejudica economicamente a pesca e o turismo?
  • é composto na sua grande maioria por plástico?
  • tem origem principalmente em atividades terrestres?
  • pode permanecer nos oceanos por centenas de anos?

 

Tempo que demora a decompor

  • Beatas de cigarros: 1 a 5 anos
  • Pacotes de sumo: 100 anos
  • Latas de alumínio: 80-200 anos
  • Garrafas de plástico: 450 anos
  • Redes e cordas de pesca: 600 anos
  • Vidro: Indeterminado